sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os Professores do Século XXI

Em pleno século XXI os professores estão buscando o reconhecimento que merecem. Especialmente as mulheres, por serem a maioria nesta profissão, estão engajadas como cidadãs no contexto social. A escola está inserida numa sociedade que possui em seu imaginário, que a professora tem família,trabalha muito, na realidade tem excessiva carga de trabalho,mas nem sempre foi assim.

No inicio do século XX a maioria dos educadores eram homens, por volta de 1901, foi fundada em São Paulo a AFBI (Associação Feminina Beneficente e Instrutiva) Coordenada por Anália Franco, que exigiu uma dedicação integral até 1918. No cenário político em que a República havia sido recém instalada, aponta-se para a construção de uma nova sociedade, que atingisse o status e nação moderna, para o que a educação era considerada um importante alicerce. A ausência de proteção a mãe pobre e a criança é a mola propulsora que leva Anália a criação de creches, asilos e escolas maternais.

Em 1902 o Liceu feminino de São Paulo formou os primeiros professores maternais. A professora era vista como alguém de grande importância para a vida de todos na comunidade em que estava inserida, o professor era extremamente respeitado e valorizado.

Três anos era o tempo que durava o curso para habilitar as professoras para o primário.

“a educação e a instrução se acham tão estreitamente unidos, que são como elementos inseparáveis de um mesmo sistema.”

Infelizmente nestes tempos, a cultura estava impregnada pelo machismo, cuja ideologia machista era tão forte, que parecia um comportamento natural dentro do meio social, pois o mesmo incutia uma mentalidade dominante sobre as mulheres.

Em 1910 houve lutas no Brasil pela emancipação da mulher, pois a mulher era vista: “Como único ser racional que precisa abonar as suas teorias com um rosto bonito ou um belo par de pernas.”

A força incessante das mulheres faz aflorar o pensamento feminino com vigor, e as mulheres passam a refletir, dando assim, inicio a Revolução Sexual, que mais tarde diminui na mulher a vergonha e o medo de se expor publicamente. Muitas mulheres optaram pelo magistério, por ser uma atividade que educa vidas.

A maioria das professoras trabalham de 40 horas a 60 horas semanais, em sala de aula grande são os desafios, planejar aulas, fazer atividades, sobrecarregadas, com ainda o trabalho doméstico e os filhos para dar atenção, muitas mal conseguem atualizar-se.

A remuneração é baixa, segundo os dados do (SINTE) Sindicato dos Trabalhadores em Educação 81% dos trabalhadores da educação no país, vivem uma situação profissional e salarial de descaso, especialmente o professor de ensino fundamental. Em Santa Catarina 96% dos profissionais da Educação são mulheres.

É preciso que a sociedade brasileira como um todo, veja a importância da qualificação destas profissionais, pois a construção do conhecimento de milhares de crianças está sob a responsabilidade dessas cidadãs.

Acredita-se que a busca pela qualidade em educação e consequentemente pela qualidade humana, irá acelerar o processo de qualificação das profissionais da educação, e permitindo-lhes a valorização e o reconhecimento que merecem neste século globalizado.
GESTAR?

Justamente pensando em valorizar o educador e melhorar a qualidade de ensino, o governo Federal, através do Ministério da Educação oportunizou o Programa Gestar, possibilitando a formação continuada de professores.

Tendo participado deste processo de ensino aprendizagem, vi que o nosso trabalho no Programa Gestar tem se orientado para a criação de uma nova escola, que contemple a complexidade do mundo contemporâneo articulando-o com a educação de nossos alunos. Propondo uma escola mais democrática e amorosa, que vise à autonomia e a auto-realização de cada aluno e que, ao mesmo tempo, tenha como horizonte a justiça social, a felicidade e a emancipação de cada educando, para isso faz-se necessário a humanização da educação, onde o ser humano seja o rumo. A meta.

Por tudo isso, o que é importante para nós é não perdermos de vista a sua formação permanente e as possibilidades de proporcionarmos espaços para o aperfeiçoamento do seu desempenho pessoal e acadêmico. Por meio de sua formação, promoveremos condições para que os alunos se desenvolvam de forma harmoniosa, tornando-se autônomos e cooperativos, críticos e criativos e para isso há que se aprender uns com os outros.


ALUNO GESTADO...

Gestar é cuidar... Uma mãe gesta seu filho por nove longos meses. Um professor gesta seu conhecimento, sempre esperando uma nova maneira de olhar e ver o mundo,enriquecendo os novos horizontes que vão surgindo,Acreditando em novas formas de transformar, abrindo novas janelas para novos paradigmas e perspectivas eivadas de confiança.


O aluno gestado há de ter, há de ser...

Há de ter habilidade, criatividade...
Há de ter capacidade, integridade...
Há de ter felicidade...

Há de ter chamamento, ensinamento...
Há de ter tempo, seu momento...
Há de ter conhecimento...

Há de ter sonhos realizados, transformados...
Há de ter literatura, escritura...
Há de ter leitura, formosura...

Há de ser agente consciente...
Há de ser inteligente...
Há de ser todo dia mais gente!
                   Ana Delmar Ribeiro

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